domingo, 17 de agosto de 2014

Pedreiros/m²


Em 1997, quando eu ainda trabalhava na Tecnogran, a empresa iria começar as obras do piso do Walmart de Bauru e solicitou que eu fizesse a implantação do sistema de tarefeiros entre os colocadores de piso; como já era feito com os pedreiros de alvenaria e reboco na construção civil.

Antes os colocadores de piso eram registrados como pedreiros e recebiam por hora trabalhada e hora extra conforme CLT . Este processo não estava gerando produtividade e necessitava de muito mais mão de obra e de tempo para executar a mesma área de piso. Era comum ver pedreiros sentados tranquilamente esperando por argamassa ou placas de piso para fazer seu trabalho; era só o encarregado ou mestre que gerenciava a produção e os famosos “nózinhos” eram comuns. A produção média de um assentador era de 25 a 30 m² de piso por dia.

Convencer os assentadores acostumados a trabalhar por hora á passar a trabalhar por metro quadrado de piso assentado não foi uma tarefa fácil na época; embora eu soubesse que eles iriam ganhar mais no final do mês, eles ainda não confiavam no que iriam produzir e tinham medo de acabar tendo que receber menos do que vinham recebendo.

Reunimos todos os assentadores no canteiro e junto com proprietário da empresa apresentamos a proposta que foi logo recebida negativamente com desconfiança; foi quando eu propus uma aposta: Eu tenho certeza que vocês irão ganhar mais, mas se no final do mês, a produção que for medida para vocês der menor que o salário que vocês já vêm recebendo, eu pago o salário.

Como eles não tinham nada a perder, aceitaram a aposta. Foi a primeira empresa de grande porte a ter colocadores de piso/m². No final do mês ganharam quase o dobro do que ganhavam antes e a empresa ficou satisfeita porque conseguiu cumprir o prazo e aumentar a produção.

A partir daí, todas as obras de grande porte foram executadas por colocadores recebendo por m² de piso assentado.
Hoje é comum um colocador assentar mais de 60 m² de piso em um dia.

Se agora tem reclamação desse sistema, seja por falta de subordinação, cumprimento de horários, dificuldade de comando ou por alguns assentadores de grande produtividade ganhar mais que os encarregados...

A culpa é minha!!!

Boas Obras!!! 

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